Parceria entre a pesquisa, extensão rural, gestão pública e produtores no combate à Virose do Maracujazeiro

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Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), Divisão de Desenvolvimento Rural e Agropecuário da Prefeitura de Rafard e a Casa da Agricultura de Rafard, conduzem o projeto “Virose do Maracujá”.

A Virose do Maracujá é um endurecimento dos frutos do maracujazeiro. O principal sintoma é o mosaico, ou seja, acontece o clareamento entre as nervuras das folhas. Outros sintomas são encurtamento dos entrenós e o fruto perde seu brilho. Em casos mais severos, o mesmo fica deformado, duro e sem polpa.

O projeto, com foco em sanidade na fruticultura, intitulado “Rouging para o manejo do endurecimento dos frutos do maracujazeiro” será conduzido por três anos.

Segundo o professor Jorge Alberto Marques Rezende, do Departamento de Fitopatologia e Nematologia da Esalq/USP, Coordenador da pesquisa, e com apoio do pós-graduando Gabriel Madoglio Favara, o objetivo do trabalho é validar a estratégia da erradicação sistemática de plantas doentes (roguing), por meio de inspeções semanais, como forma eficiente e duradoura de manejo da doença no campo. “Por ser um projeto de aplicação prática, essa parceria entre a pesquisa, a extensão e o produtor rural são condição ímpar para sua execução”.

O professor explica como será a condução da pesquisa. “Em dois plantios, as plantas serão individualizadas nas espaldeiras e as infectadas serão imediatamente erradicadas e substituídas por mudas sadias. No terceiro plantio, conduzido sem individualização e erradicação de plantas doentes, será feito o controle. A produção quantitativa e qualitativa será avaliada e comparada. Ao final do segundo ano, nosso objetivo é realizar um Dia de Campo para divulgação dos resultados aos produtores de maracujá”, salienta, dizendo que o cronograma já está estabelecido.

Os plantios serão realizados nas cidades de Santa Bárbara D’Oeste, Rafard e Capivari. Um dos produtores envolvidos é o Antônio e Guilherme Favaro, de Rafard, que relatam que o plantio do maracujá não é uma tradição da nossa região, mas, sem dúvida, é uma importante atividade econômica, onde a fruticultura é apresentada como alternativa de geração de emprego e renda.

O Engenheiro Agrônomo, André Luiz Quagliato, relata que a adoção desta tecnologia no sistema de produção do maracujazeiro será de grande importância para nossa região, sendo que após o processo de avaliações e resultados, será uma ferramenta para o diagnóstico comportamental da atividade produtiva em relação a sanidade da cultura.

Para Décio Leite, que teve a iniciativa do projeto com foco no controle da virose, explica a sua importância: “Com a virose disseminada, ocorre uma redução da vida útil dos pomares, de 36 para cerca de 18 meses de produção. Sendo assim, com ações de controle e erradicação das plantas contaminadas, balizadas pela pesquisa, a tendência é tentar mudar esse cenário de forma positiva para os produtores”.